Alta no preço dos alimentos impulsiona inflação de outubro; consumidores reclamam
Óleo de soja subiu 65,1% em 2020; produtos como arroz e feijão também tiveram alta
O que os consumidores já constataram há vários meses é confirmado pelas pesquisas de preços dos produtos nos supermercados. Conforme o IPCA-15 medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) vários produtos da cesta básica tiveram forte alta impulsionando a inflação de outubro.
O preço do óleo de soja subiu de 65,1% em 2020 e é o terceiro item com maior alta do ano, atrás apenas do limão (67,7%) e do morango (67,5%). Segundo o IBGE, a prévia da inflação em outubro, de 0,94%, foi a maior para o mês desde 1995. No ano o índice acumula alta de 2,31% e em 12 meses de 3,52%.
No mês de outubro as maiores altas registradas foram nos preços do óleo de soja 22,3%, arroz 18,5%, limão 8,37% e leite longa vida 4,26%. De janeiro a outubro deste ano os produtos que mais subiram foram o limão 67,67%, morango 67,45%, óleo de soja 65,08%, tomate 52,93%, feijão fradinho 51,86%, arroz 51,72%, abobrinha 50,56% e feijão preto 36,7%.
Outro dado divulgado pela Fipe, mostra que o IPS (Índice de Preços dos Supermercados) paulistas, mostra que pela primeira vez em 26 anos o mês de setembro fechou com alta de 2,24%. É o maior patamar para o mês da história do índice.
“Um absurdo”
Para o consumidor, este ano os preços nos supermercados estão mais altos a cada dia, principalmente após a pandemia da Covid-19. “Os preços estão um absurdo. Aumentou muito. O arroz e o óleo são os que mais subiram”, disse o porteiro Aparecido Santos Silva ao sair do supermercado ontem. A esposa Delma Leite da Silva disse que a única forma de buscar economia é pesquisar os preços. “A carne também subiu muito, a gente pesquisa os preços pra tentar economizar”, disse.
A autônoma Maria Júlia de Oliveira Maia afirma que hoje os gastos com supermercado consomem a maior parte dos salários das famílias em razão da alta dos preços dos produtos. “A inflação subiu muito este ano. Já vinha subindo desde o ano passado, mas de forma lenta, mas depois da pandemia piorou muito. Tudo muito caro e o dinheiro do salário vai a maioria pra comprar alimentos. E os salários quando tem aumento é pouco”, afirmou.
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